É uma doença inflamatória, sistêmica, crônica, autoimune, que causa placa avermelhadas espessas na pele, cobertas por escamas esbranquiçadas ou prateadas. Essas lesões podem apresentar coceira, dor, queimação e descamação. Inchaços e rigidez nas articulações podem ocorrer.

A doença afeta profundamente a qualidade de vida dos pacientes, indo muito além da questão estética da pele. Apesar de não ser contagiosa, a psoríase afeta a autoestima e a qualidade de vida do paciente em suas atividades diárias.

A causa da doença é genética, ocorrendo um desequilíbrio imunobiológico, mas fatores ambientais e o stress podem ser importantes agravadores. A doença se manifesta, na maior parte dos indivíduos, entre os 20 e 40 anos. Porém, em 15% dos casos aparece durante a infância. Ela tem gravidade variável, podendo apresentar desde formas leves e facilmente tratáveis até casos muito extensos, que levam à incapacidade física, acometendo também as articulações.

A psoríase está sujeita a melhoras dos sintomas e a recaídas, relacionadas a diversos fatores: traumas (físico, químico, queimadura solar), infecções, drogas, estresse emocional, etc. 

As áreas mais atingidas são:

  • Couro cabeludo;
  • Cotovelos;
  • Joelhos;
  • Palma da mão;
  • Planta dos pés;
  • Unhas;
  • Tronco;

Tipos e sintomas

  • Psoríase vulgar: lesões de tamanhos variados, delimitadas e avermelhadas, com escamas secas, aderentes, prateadas ou acinzentadas que surgem no couro cabeludo, joelhos e cotovelos;
  • Psoríase invertida: lesões mais úmidas, localizadas em áreas de dobras como couro cabeludo, joelhos e cotovelos;
  • Psoríase gutata: pequenas lesões localizadas, em forma de gota, associadas a processos infecciosos, geralmente no tronco, braços e coxas;
  • Psoríase eritrodérmica: lesões generalizadas, aparecem em de 75% do corpo;
  • Psoríase ungueal: depressões puntiformes ou manchas amareladas principalmente nas unhas e mãos;
  • Psoríase artropática: em cerca de 8% dos casos está associada a comprometimento articular, surge de repente com dor nas pontas dos dedos das mãos e pés, ou na articulação dos joelhos;
  • Psoríase pustulosa: aprecem lesões com pus nos pés e mãos;
  • Psoríase palmo-plantar: as lesões aparecem como fissuras nas palmas das mãos e sola dos pés;

A psoríase é uma doença de evolução crônica e não há como preveni-la, sendo possível controlar sua reincidência. O tratamento procura principalmente reduzir o número e a gravidade das lesões e vai depender das características do paciente. Os medicamentos utilizados podem ser tópicos (para passar no corpo) ou sistêmicos (devem ser ingeridos).

Casos leves e moderados (cerca de 80%) podem ser controlados com o uso de medicação local, hidratação da pele e exposição ao sol, o acompanhamento nutricional também é muito importante, para que seja prescrita uma dieta adequada para melhorar os sintomas e até mesmo evita-los. É importante salientar que qualquer tratamento deve ser feito sob rigorosa orientação médica e nutricional, de forma persistente, sendo necessário, em alguns casos, suporte psicológico para uma melhor adaptação ao impacto provocado pela doença.

Além disso, alguns fatores podem aumentar as chances de uma pessoa desenvolver a doença ou piorar o quadro clínico já existente, dentre eles:

  • Histórico familiar: entre 30% e 40% dos pacientes de psoríase sabem ter familiar de primeiro grau com psoríase;
  • Estresse: Um número expressivo de pacientes refere-se ao aparecimento ou agravamento das lesões após estresse agudo ou crônico, como perda de um familiar, por exemplo;
  • Obesidade: excesso de peso pode aumentar o risco de desenvolver psoríase e pacientes com psoríase tendem a apresentar peso acima do ideal;
  • Frio: como a pele fica mais ressecada, a psoríase tende a melhorar com a exposição solar;
  • Infecções diversas;
  • Consumo de bebidas alcoólicas e tabagismo;
  • Uso abusivo de medicamentos;

Tratamento

Cada tipo e gravidade de psoríase podem responder melhor a um tipo diferente de tratamento (ou a uma combinação de terapias). O que funciona bem para uma pessoa não necessariamente funcionará para outra. Dessa forma, o tratamento da psoríase é individualizado.

Hoje, com as diversas opções terapêuticas disponíveis, já é possível viver com uma pele sem ou quase sem lesões, independentemente da gravidade da psoríase.

O tratamento é essencial para manter uma boa qualidade de vida. Nos casos leves, hidratar a pele, aplicar medicamentos tópicos apenas na região das lesões e exposição solar orientada por dermatologista e acompanhamento nutricional podem ser suficientes para melhorar o quadro clínico e promover o desaparecimento dos sintomas.

Nos casos moderados, quando apenas as medidas acima não melhorarem os sintomas, o tratamento com exposição à luz ultravioleta A (PUVA) ou ultravioleta B de banda estreita (NB-UVB) em cabines faz-se necessário. O PUVA é uma modalidade terapêutica que utiliza combinação de medicamentos que aumentam a sensibilidade da pele à luz, os psoralenos (P), com a luz ultravioleta A (UVA), em uma câmara emissora da luz. A sessão da puvaterapia demora poucos minutos e a dose de UVA é aumentada gradualmente, dependendo do tipo de pele e da resposta individual de cada paciente à terapia.

O tratamento também pode ser feito com UVB de banda estreita sem uso de medicações, com menores efeitos adversos, podendo, inclusive, ser indicado para gestantes. Além de uma dieta especifica para diminuir a inflamação causada pela psoríase, a dieta deve ser individualizada para cada caso, com alimentos que melhoram os sintomas e a saúde como um todo.

Psoríase e nutrição

As terapias médicas padrões podem ser complementadas com intervenções dietéticas para reduzir a gravidade da doença. A perda de peso seguindo uma dieta de baixa calorias pode reduzir a gravidade da psoríase em pacientes com excesso de peso.

Uma dieta sem glúten, por exemplo, pode ser útil na redução da psoríase em pacientes cujos exames de sangue são positivos para a sensibilidade ao glúten.

A prevalência e a gravidade da psoríase têm se mostrado diminuídas durante períodos de jejum. Dietas hipocalóricas levam à melhora dos sintomas e podem ser importantes fatores adjuvantes na prevenção e no tratamento.

Vitaminas e minerais

O aporte de vitaminas e minerais, ácidos graxos poli-insaturados (ômega 3) e dietas com baixa densidade calórica podem influenciar positivamente no tratamento da psoríase. Acredita-se que os carotenoides e os minerais (ferro, cobre, manganês, zinco e selênio) possuem capacidade antioxidante capaz de diminuir o estresse oxidativo e a produção de espécies reativas de oxigênio, principalmente na presença de inflamação sistêmica, como é o caso da psoríase. Adicionalmente, as fibras alimentares também possuem um papel importante na inflamação, além de contribuir para o melhor controle glicêmico, insulinêmico e lipidêmico dos alimentos.

A suplementação oral de vitamina D e de ácido fólico também pode ser opção terapêutica aos pacientes com psoríase. A vitamina D possui propriedades imunorregulatórias e antiproliferativas, e o ácido fólico reduz os efeitos tóxicos dos medicamentos utilizados no tratamento e, ainda, diminui os níveis de homocisteína (um aminoácido sintetizado pelo organismo que, se não for corretamente metabolizado, contribui para o desenvolvimento de aterosclerose), que muitas vezes se encontra elevado nestes pacientes.

A ingestão de alimentos ricos em beta-caroteno (como cenoura, manga e abóbora), alfa-tocoferol (como nozes, sementes e óleos vegetais) e selênio (como a castanha do Pará) deve ser incentivada, visto que tais nutrientes se encontram diminuídos nestes pacientes.

Os pacientes com psoríase costumam apresentar um estado nutricional comprometido, aumentando o risco para doenças crônicas relacionadas à obesidade, agravamento das lesões e baixa qualidade de vida. Pode-se dizer, portanto, que a dieta é um fator importante na patogênese dessa doença.

Por fim…

Reserve um tempo para pensar sobre essas mudanças e faça um plano de adaptação. Saber como você se ajustará e ter certeza de que terá o suporte necessário para fazer isso tornará o processo mais fácil. Também o ajudará a seguir seu plano de longo prazo, mesmo que às vezes se torne frustrante. 

A psoríase é uma condição comum. Embora não haja cura, você pode controlar a doença com mudanças na dieta. Experimente mudanças em seu plano alimentar para ver se isso ajuda.

Manter um diário alimentar pode ser útil neste processo. Faça as mudanças gradualmente e, em seguida, tome notas sobre se você sente ou não alívio dos sintomas.